segunda-feira, 18 de julho de 2011

Medicina a serviço da mulher

Os avanços da medicina apresentam-se como um aliado das mulheres na vida moderna, não apenas no que se refere a tratamentos de doenças, mas também à área profissional e ao controle sobre o próprio corpo. A pílula anticoncepcional e a terapia de reposição hormonal , por exemplo, foram adventos que mudaram o papel feminino na sociedade.
“O uso da pílula proporcionou a escolha pelo melhor momento de concepção, liberdade sexual e uma possibilidade maior de inserção no mercado de trabalho, em virtude da disponibilidade de tempo entre as gestações, agora mais bem planejadas”, explica o Dr. Rogério Bonassi Machado, presidente da Comissão Nacional Especializada em Anticoncepção da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).

Além de prevenir a gravidez e auxiliar no planejamento familiar , o especialista acrescenta que o medicamento propicia benefícios “extraconceptivos”, uma vez que usuárias da pílula apresentam menor risco de câncer de ovário e do endométrio . O medicamento também diminui a chance de se apresentar anemia, cólicas menstruais acentuadas e problemas de pele, pois diminui a oleosidade, combatendo a acne.

Já a terapia de reposição hormonal alivia os sintomas da menopausa , da atrofia vaginal e, por consequência, eleva a autoestima da mulher. Suores noturnos, irritabilidade e diminuição do desejo sexual são alguns sintomas típicos do período, que marca o fim gradual da produção de hormônios pelos ovários e pode ser aliviado com o tratamento.

A insônia também é um problema recorrente. O risco de a mulher apresentar esse quadro é de 30% a 80% a mais que os homens. Por conta disso, elas possuem maior propensão a ter depressão e ansiedade, que na maioria das vezes estão associadas a transtornos do sono.

“Diante de um quadro crônico ou progressivo, é fundamental a pesquisa da causa e a atenção profissional especializada. O diagnóstico só poderá ser dado a partir de análise caso a caso”, orienta o ginecologista.

Ainda assim, a prevenção é o melhor remédio. E a medicina tem uma área que se dedica especificamente a isso. “Essas ações começam com a identificação de fatores de risco seguida de orientações individuais. O impacto final da boa assistência preventiva reduz as internações, o custo em saúde e proporciona significativa melhora na qualidade de vida”, completa o Dr. Bonassi.

Rotina saudável

Uma boa qualidade de vida, no entanto, exige também certos cuidados que vão além, acrescenta o especialista. Uma rotina desregrada influencia diretamente nos resultados de tratamentos clínicos. Portanto, é necessário inserir pequenas mudanças de hábitos no cotidiano se o objetivo for conquistar, de fato, um bem-estar pleno.

“Pouco pode ser feito se não houver conscientização individual diante de problemas que possam estar relacionados a maus costumes. Nesses casos, a medicina auxilia por meio de aconselhamento e campanhas. Um exemplo é a lei antifumo. Esperamos que ela consiga reduzir, no longo prazo, o número de fumantes”, diz.

A prática regular de exercícios físicos, por exemplo, também reduz o riscos de doenças. Mas antes de se aventurar em novos terrenos, o ideal é procurar orientação médica, adverte o Dr. Bonassi.

“Em mulheres assintomáticas recomenda-se que seja realizado o teste de esforço antes do início das atividades, particularmente após os 50 anos e na presença de histórico familiar de doença arterial coronariana precoce, de morte súbita ou quando o treino visa competição.”

SINTOMAS DA MENOPAUSA
Ondas de calor, suores noturnos, insônia, irritabilidade e diminuição do desejo sexual. Esses são alguns indícios de que você pode estar entrando na menopausa. Mas se o diagnóstico for confirmado, não há motivo para alarme. Afinal, apesar do nome complicado, não se trata de nenhuma doença, e sim de uma etapa como qualquer outra na vida da mulher, com sintomas que podem ser aliviados e enfrentados por meio da terapia de reposição hormonal.
A menopausa marca o fim gradual da produção dos hormônios estrogênios e progestogênios pelos ovários, até que estes percam a capacidade de funcionar, implicando no término da vida reprodutiva da mulher. A principal característica do período é a interrupção da menstruação – não há uma idade específica para a chegada da menopausa. Geralmente ocorre entre os 45 e os 55 anos, mas pode ser registrada a partir dos 40 ou mesmo antes dessa faixa.
Mas se a menopausa não é doença, por que tratá-la? No início dessa etapa, a mulher pode sentir sintomas muito fortes, que interferem em sua qualidade de vida, com consequências diretas no desejo sexual e no bem-estar emocional. São várias também as modificações no organismo feminino que podem predispor o aparecimento e o agravamento de doenças, que vão de problemas ósseos até cardíacos.
O ginecologista César Eduardo Fernandes, presidente da Sociedade de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (Sogesp), diz que o fato de a menopausa ser um fenômeno natural na vida da mulher não significa que a medicina deva aceitar passivamente as suas consequências.

“A redução da capacidade visual com a idade, por exemplo, é uma coisa natural, mas a medicina trata de minimizar o problema, diminuindo o desconforto que isso provoca. Por isso, a gente também procura tratar a menopausa. Mas a reposição deve começar no momento oportuno, analisando caso a caso”, afirma.

Coração e ossos mais fortes

A ausência de estrogênio, por exemplo, aumenta a chance de problemas cardiovasculares por reduzir a capacidade de distensão dos vasos sanguíneos e desequilibrar os níveis de colesterol. E também pode levar à osteoporose, doença grave relacionada a fraturas de vértebras e de bacia, ao fixar menos cálcio nos ossos e causar consequente perda óssea.
“Inúmeros trabalhos clínicos mostram que a reposição hormonal é eficaz em reduzir as fraturas por osteoporose. Isso ocorre porque os hormônios atuam sobre a remodelação óssea, inibindo a sua reabsorção, que está aumentada na transição menopáusica e nos primeiros anos após essa etapa”, completa o Dr. Fernandes.
Algumas mulheres não sentem os indícios mais típicos do período, outras, apenas alguns. A maioria, no entanto, não consegue escapar de sinais como suores noturnos, ondas de calor, insônia, diminuição do desejo sexual e ressecamento vaginal, irritabilidade, depressão e redução da atenção e da memória.
Tipos de terapia hormonal

Os tipos de terapia hormonal obedecem a variantes como hormônios utilizados (estrogênios e progestogênios, além dos androgênios), vias de administração (oral, transdérmica, subcutânea, intrauterina, vaginal), regimes (se contínuos ou cíclicos) e aplicação (de forma combinada ou isolada).

“A terapia hormonal restabelece o equilíbrio para quem tem sintomas decorrentes da falta estrogênica. A partir daí, a vida da mulher tende a sintonizar no ritmo que tinha antes desse período”, explica, por sua vez, a ginecologista Maria Celeste Osório Wender, professora do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

“Tudo deve ser analisado para chegarmos à determinação de tratamento: idade, tempo pós-menopausa, tipo e grau de sintomatologia, doenças que essa mulher já apresentou ou apresenta, medicamentos que utiliza, a sua história familiar, seus hábitos de vida e algumas características no seu exame físico ou de outros testes complementares”, acrescenta a especialista, médica do ambulatório de Climatério, Ginecologia Endócrina e Anticoncepção do Hospital das Clínicas de Porto Alegre.

Vale lembrar que, para o alívio dos sintomas da menopausa, tão importante quanto a terapia hormonal é a adoção de hábitos mais saudáveis de vida. Consultar regularmente seu médico, praticar exercícios físicos, abandonar hábitos como o fumo e manter uma alimentação leve e balanceada, rica em frutas e vegetais, fibras e peixes, também contribuem para a mulher ficar ainda mais bonita, por dentro e por fora.

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